O edifício está localizado em uma região nobre de Guaratinguetá e foi pensado para integrar-se de maneira leve e agradável à vizinhança, minimizando o impacto visual e contribuindo para a qualidade de vida local por meio de sua materialidade. Construído em um terreno de esquina, o projeto é composto por três pavimentos de estacionamento (subsolo, térreo e sobressolo), um pavimento de lazer e a torre de apartamentos residenciais.

No pavimento térreo, um grande muro de pedra natural e um pórtico sombreado com ripas de alumínio marcam a entrada, onde estão integrados os acessos de pedestres e veículos. O sobressolo, também destinado ao estacionamento, possui fechamento perimetral em tijolos dispostos de forma vazada, garantindo iluminação, ventilação natural e uma conexão visual com o exterior. Essa escolha reforça a presença de materiais naturais próximos ao nível da rua, proporcionando uma experiência sensorial agradável.

O pavimento de lazer, localizado acima, é fechado, com um pequeno terraço perimetral. Ele funciona como elemento de transição entre o embasamento e a torre residencial. Acima dele, a torre abriga quatro apartamentos por andar, cada um com dimensões distintas. O desenho volumétrico cria recuos internos, posicionando as áreas sociais e íntimas nas fachadas principais e concentrando áreas de serviço nas reentrâncias — o que permite liberar as vistas nobres para dormitórios e salas.

Cada apartamento conta com brises horizontais angulados que percorrem toda sua extensão. Além do efeito estético delicado, esses elementos permitem janelas do piso ao teto, melhorando a iluminação e ventilação naturais, ao mesmo tempo que garantem sombreamento e aproveitam a vista privilegiada da região.

As plantas se destacam por serem funcionais e oferecerem salas mais largas que o padrão de mercado, gerando maior sensação de amplitude e favorecendo iluminação, ventilação e contemplação da paisagem, incluindo horizonte e pôr do sol.

Nas áreas comuns, a materialidade da fachada se repete: o tijolo, presente no sobressolo, aparece também nos pisos, paredes e até tetos, contrastando com superfícies brancas e remetendo a um conceito low-tech que valoriza materiais simples, como o barro, mas aplicados de forma sofisticada.

Desde a concepção até os acabamentos, o projeto mantém coerência estética e material, criando um edifício elegante, funcional e em harmonia com o entorno — com destaque para o uso inteligente de materiais naturais, soluções de ventilação e iluminação, e uma volumetria que favorece vistas e qualidade de vida aos moradores.